Um Pouco da História do Grêmio de Propaganda Espírita Luz e Amor

No dia 1º de junho de 1901, foi fundada a primeira instituição Espírita de Bangu, que recebeu a denominação de Grêmio Espírita Luz e Amor, mais tarde sendo chamada de Grêmio de Propaganda Espírita Luz e Amor.

Seu fundador, Francisco Maia Braga, operário da Fábrica Bangu, reunia em sua residência, uma choupana de sapê situada à Rua Silva Cardoso, nº 56, os médiuns Maria Rozalina, Francisco Xavier e mais alguns companheiros simpáticos ao Espiritismo, dando início à prática Espírita, procurando orientar-se pela Federação Espírita Brasileira, de acordo com a Codificação Kardequiana.

Por intermédio da médium Maria Rozalina, manifestou-se um espírito que se identificou como Romualdo, esclarecendo que em sua última encarnação havia sido Dom Romualdo de Seixas, Arcebispo Primaz do Brasil.

Desde então, foi aceito como Patrono Espiritual do recém criado Grêmio Espírita. Francisco Maia Braga presidiu o Luz e Amor por vinte anos consecutivos.

Depois dele vieram Attílio Berni, Antônio Pereira Guedes e Vicente Moretti, este último por trinta anos, sendo considerado por todos que o conheceram o grande vulto do Espiritismo no Ramal de Santa Cruz.

Além dos já citados anteriormente, receberam grande importância o confrade Ignácio Bittencourt, que na década de 20, durante mais de dez anos, saía de Botafogo, onde morava, e vinha à Bangu todo o primeiro domingo de cada mês para ensinar o espiritismo aos irmãos de Bangu e do Ramal de Santa Cruz; Carlos Imbassay, que também durante a década de 20 prestou grande ajuda com a sua excepcional cultura espírita; e Ernesto Fagundes Varella, cooperador dedicado que iniciou as aulas de moral cristã.

Em 1917, com o novo Estatuto, foi criado o Departamento de Assistência Social, que constava de uma “Caixa de Socorro” aos necessitados e de uma “Ação Espiritual” de visitas a enfermos do corpo e da alma.

Depois, em 1933, foi instalada no Luz e Amor, uma escola primária gratuita, reconhecida e fiscalizada pelas autoridades educacionais.

Esta escola, que recebeu o nome de Romualdo, foi dirigida pelo confrade Manuel Brandão, que, em companhia de Vicente Moretti, em 1946, organizou a Mocidade Espírita do Luz e Amor.

A Escola Romualdo funcionou até 1960 quando o governo promoveu a matrícula de todas as crianças na Escola Pública.

Como pioneiro, o Luz e Amor viu e ouviu na sua tribuna os grandes conferencistas espíritas como Vianna de Carvalho, Carlos Imbassay, Divaldo Pereira Franco já na década de 60, e muitos outros.

Dom Romualdo Antônio de Seixas, o patrono espiritual

Romualdo de Seixas

Dom Romulado Antônio de Seixas nasceu em 07 de fevereiro de 1787, na Vila Cametá, no Estado do Pará, filho de Justiniano de Seixas e Ângela Bittencourt.

Vulto Brasileiro de grande destaque no Catolicismo do Brasil. Membro do conselho de Sua Majestade, o Imperador, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Cristo.

Presidente do Instituto Histórico da Bahia e membro do Instituto histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. Membro da Academia Real de Munich e Presidente Honorário do Instituto D’África, estabelecido em Paris.

Dom Romualdo de Seixas, um sábio que o Brasil viu surgir, unia à sua sabedoria, reconhecida e aprovada na ilustrada Europa, as virtudes do coração.

Orador vibrante e eloquente, elevou-se a uma tal posição no Parlamento Brasileiro, que os demais estadistas procuravam receber, em suas palavras, as luzes necessárias à solução dos difíceis problemas do Estado.

Ocupou-se, dentre outras, das mais altas questões diplomáticas, como a abolição do tráfico de africanos. Estabeleceu missões de catequese, trazendo para a civilização os selvagens.

Em 1841, abandonou a política, dedicando-se exclusivamente a sua missão sacerdotal. Honrado, admirado e reconhecido, apesar das injúrias dos inimigos do bem, foi ídolo do povo.

Na história do Catolicismo brasileiro e na vida política, Dom Romualdo é digno de maior respeito do povo cristão. Seu nome era pronunciado com respeito e gratidão por todos aqueles que o tinham como um pai.

Na praça pública, no lar, em cada coração acolhido pela sua caridade moral e material, uma prece era elevada aos céus em seu benefício.

No dia 29 de dezembro de 1860, aquele espírito, que por 73 anos de verdadeiro apostolado cristão habitara um corpo carnal, despedia-se de seus tutelados, retornando à pátria espiritual.

Vicente Moretti, 30 anos de dedicação ao Gpela

Reencarnou no dia 18 de setembro de 1884, como filho dos lavradores Lourenço Moretti e Tereza Vaccari, em Porto Real, no Estado do Rio de Janeiro, o espírito que recebeu o nome de Vicente Moretti.

Em 1897, a família Moretti mudou-se para Bangu, onde aos catorze anos, o “ragazzo” Vicente ingressou na Fábrica Bangu.

Em 1903, à procura de consolo e resignação pela perda de sua querida mãe, Vicente Moretti aportou no Grêmio de Propaganda Espírita Luz e Amor.

A partir de 1906, quando se fez sócio do Luz e Amor, Moretti dedicou todo o vigor de sua mocidade à Causa Espírita.

Participou sempre da responsabilidade administrativa do Luz e Amor, tendo sido por várias épocas seu presidente. Contagiante e admirável era o entusiasmo com que Moretti se dedicava ao serviço doutrinário em todos os seus setores de atividades.

Fundou ele a Confraternização Regional Espírita do Ramal de Santa Cruz, mais tarde denominada União Regional Espírita do Ramal de Santa Cruz, hoje não mais existente em virtude da transformação de todos os órgãos administrativos em Conselhos Espírita de Unificação (CEU).

Atualmente os CEUs denominam-se Conselhos Espíritas de Unificação, de acordo com o processo de Unificação do Movimento Espírita do Estado do Rio de Janeiro (CEERJ).

Prestou ele à Confraternização, todo o zelo, assistindo-a dedicadamente. Fundou, ao lado de Manuel Brandão, a Mocidade Espírita do Luz e Amor, e emprestou-lhe todo o entusiasmo de sua juventude espiritual.

Vicente Moretti foi, como homem, dos mais hábeis consoladores e doutrinadores de espíritos encarnados e desencarnados, um legítimo representante do Consolador Prometido.

No dia 16 de abril de 1955, Moretti partiu de volta para a Espiritualidade. A espontaneidade da manifestação de gratidão que recebeu naquela ocasião enterneceu a todos.

Seus restos mortais, acompanhados por um grande número de pessoas, foram depositados no Cemitério do Murundu. A saudade de Vicente Moretti ainda agora é sentida em todos os meios espíritas, porque ele se desdobrava por todos os lugares e se repartia por todos os corações.

O espírito Vicente Moretti era portador de uma atividade irradiante, de um entusiasmo contagiante e de uma mocidade perene: a juventude do Espírito, que só adquirimos quando sentimos o grande significado da eterna continuidade da vida espiritual.

Há pouco tempo, através de mensagem ditada pelo espírito Tio Dedé, também um pioneiro do Espiritismo em Bangu, ao médium Altivo Pamphiro, do Centro Espírita Leon Denis, recebemos a informação de que Vicente Moretti continua desenvolvendo um grande trabalho em benefício dos companheiros necessitados, encarnados e desencarnados.

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